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sábado, 31 de julho de 2010

Adoooooro (Beto e Valéria)

Chão de estrelas

Voltar à casa é tão bom quanto partir... Com saudades da Alemanha, dos ônibus que dão uma quebradinha pra direita pra gente subir, saudades dos pães integrais, dos amigos, do sol, da poesia de Montmatre, das lavandas de Stratford-upon-Avon, por aqui também matamos a saudade daqueles que ficaram. Entre risos e abraços, nossos pais, irmãos e amigos recebem os presentes que trouxemos, as lembranças, e ouvem atentos os relatos de nossas aventuras... Esperamos que esses dias preciosos de julho sejam lembrados com amor e emoção por toda a vida. Eu, particularmente, dos presentes que recebi ao voltar o mais caro foi um cd de serestas de Silvio Caldas. Não sei se a juventude que viajou conosco ainda tem um coração que bate na forma destas toadas. Lembrando dos workshops com as palmas batendo no pentâmetro shakespereano... "são como as batidas do coração"... penso que o nosso coração, como dissemos lá nas "oropa", bate em redondilhas, bate ao som da música popular, "dói em dós", chora com as violas e os violões das serestas...
O poeta Manuel Bandeira dizia que em "Chão de estrelas" estava um dois mais belos versos escritos em língua portuguesa...
Falando em Bandeira, foi justamente dele que me lembrei quando, comovida, tentava dar aula sobre os gregos no primeiro salão que visitamos no Louvre. Diante do "Torso de Apolo" lembrei-me de ter lido Ferreira Gullar (o maior poeta brasileiro, vivo) dizendo que uma das coisas que o havia levado à poesia tinha sido a leitura de um poema de Rainer Maria Rilke (suíço, um dos mais importantes poetas de língua alemã do século XX), traduzido por Manuel Bandeira (um dos mais importantes poetas de língua portuguesa de todos os tempos). No Louvre, muito comovida, não pude lembrar os versos (que sei decor) para dizer o poema aos alunos. Seguem aqui os versos (que posto, enquanto ouço as serestas de Silvio Caldas, ousando pensar que de alguma forma está tudo conectado. A arte tem isso de bom, a conexão, a compreensão funda do homem e do mundo.). A nós, professoras, bastará a maior recompensa por todo o esforço nesta viagem: saber que num momento qualquer, distraídos, nossos pupilos podem ter feito conexões para toda a vida, abrindo aquele canal sem o qual nada vale a pena. Num momento qualquer podem ter esbarrado no sol, no céu, indo parar em Roma, na Grécia, na Renascença... Se assim foi, valeu!

Torso arcaico de Apolo

Não sabemos como era a cabeça, que falta,
De pupilas amadurecidas, porém
O torso arde ainda como um candelabro e tem,
Só que meio apagada, a luz do olhar, que salta

E brilha. Se não fosse assim, a curva rara
Do peito não deslumbraria, nem achar
Caminho poderia um sorriso e baixar
Da anca suave ao centro onde o sexo se alteara.

Não fosse assim, seria uma estátua uma mera
Pedra, um desfigurado mármore, e nem já
Resplandecera mais como pele de fera.

Seus limites não transporia desmedida
Como uma estrela; pois ali ponto não há
Que não te mire. Força é mudares de vida.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Em casa...

A viagem de volta correu bem. Aqui a temperatura lembra Londres...chique avaliar assim, não? Agora é curtir as fotos, as saudades, a família, os amigos. Aos poucos, mais vídeos virão para lembrarmos desses dias maravilhosos de julho. Nosso próximo encontro será na terça-feira, dia 3, das 20h às 22h, no CIL, para avaliação. Nesta oportunidade trabalharemos conteúdos, com o intuito de sedimentar o maravilhoso contato com tantas culturas e obras de arte. Abraços e até.

Na trilha da saudade...

quarta-feira, 28 de julho de 2010